Investimento À Bessa – Porque eu Investiria em CRI ou CRA ?

Investir em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou do Agronegócio (CRA) ainda causa dúvida em muita gente. Não é o tipo de investimento que aparece nas propagandas de corretoras nem nos vídeos de influenciadores por aí. Mas acredite: vale olhar com atenção.

Se você está cansado da mesmice de renda fixa tradicional e quer algo que una boa rentabilidade com propósito, os CRIs e CRAs são ótimos candidatos.

Vou te contar por que eu investiria – e invisto – em CRIs e CRAs.

Primeiro, eles são títulos de renda fixa, sim. Mas diferentes de CDBs ou Tesouro Direto, eles são lastreados em recebíveis reais. No caso do CRI, estamos falando de contratos do mercado imobiliário. No CRA, do agronegócio. Ou seja: cada título representa uma fatia de um fluxo real de pagamento – de um aluguel, de uma venda de imóvel, de uma entrega de safra.

Isso me dá mais clareza sobre de onde vem o rendimento. E me conecta com a economia real.

Outro ponto: a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.

Essa é uma vantagem e tanto. Quando você compara um CRI ou CRA pagando 10% ao ano com um CDB pagando 11%, lembre-se que no CDB você vai perder uma fatia para o Leão. No CRI ou CRA, o rendimento é líquido. No fim das contas, o ganho real pode ser bem maior.

Mas não é só a rentabilidade que me atrai. É o fato de que você pode escolher onde aplicar.

Gosta do setor imobiliário residencial? Pode investir em um CRI vinculado a uma incorporadora.

Acredita no crescimento do agro? Pode escolher um CRA de uma cooperativa ou de uma trading agrícola.

Você, literalmente, escolhe o projeto ou setor que quer financiar indiretamente com seu dinheiro.

Isso dá mais sentido ao investimento. Tem propósito.

Claro, nem tudo são flores. Você precisa olhar bem para o emissor, para a estrutura do papel e para o risco de crédito envolvido. São títulos que não têm garantia do FGC. Por isso, análise é essencial. Mas com um pouco de estudo – e uma boa corretora – é possível montar uma carteira diversificada e segura.

E a cereja do bolo?

Muitos desses papéis pagam juros semestrais ou mensais, o que é ótimo para quem busca uma renda recorrente. Você pode usar esse dinheiro para reinvestir, complementar o orçamento ou criar sua própria “aposentadoria privada”.

No fim das contas, CRIs e CRAs não são produtos milagrosos. Mas são instrumentos financeiros robustos, acessíveis, e com excelente relação risco-retorno para quem quer sair do básico.

E aí, por que não investir à bessa neles?

Opea

Relator

Especialista em mercado de capitais, com foco em securitização e estruturação financeira, compartilho aqui no blog da Opea conteúdos que descomplicam temas técnicos, aproximam investidores da realidade das operações e promovem mais transparência sobre o setor. Acredito que entender o que está por trás dos produtos financeiros é essencial para fortalecer decisões conscientes e sustentáveis.

Assine nossa newsletter

    Declaro que conheço a Política de Privacidade e
    autorizo a utilização das minhas informações pela Opea.